Cerca de 7 mil livros didáticos de inglês foram recolhidos das escolas municipais de Foz do Iguaçu (PR) após a página de uma lição causar polêmica. O conteúdo, destinado a alunos do 4º e 5º ano, trazia um diálogo em que uma menina dizia "amar" a amiga — parte de uma atividade sobre o Valentine’s Day, o Dia dos Namorados em países de língua inglesa, usada para ampliar vocabulário e incentivar a escrita.
O material era utilizado desde 2021, mas a atual gestão municipal decidiu suspender o uso, alegando que os conteúdos “não estão em conformidade com as diretrizes educacionais vigentes”. A Secretaria de Educação informou que os livros estão sendo reavaliados por uma comissão técnica.
A decisão gerou forte reação. O Ministério Público cobrou explicações da prefeitura, enquanto o Sindicato dos Professores ingressou com uma ação civil pública pedindo a devolução dos livros às salas de aula. Para o sindicato, a retirada representa censura e um retrocesso no ensino.
A controvérsia escancara um debate delicado: até onde vai o limite entre controle pedagógico e interferência ideológica na educação? A discussão agora saiu das páginas dos livros e ganhou as ruas, os tribunais e as redes sociais.