Família vive drama ao descobrir troca de túmulo e busca restos mortais de Carlos, sepultado em 2018
Por RÁDIO MELHOR FM
Publicado em 24/07/2025 11:15
Região

O que era para ser um momento de saudade e homenagem se transformou em um pesadelo para a família de Carlos Eduardo Silva, morador de Padre Nóbrega, distrito de Marília (SP). Sete anos após seu sepultamento, os parentes descobriram que os restos mortais dele podem estar desaparecidos.

Ao visitarem o túmulo recentemente, se depararam com uma lápide que não pertencia a Carlos, mas sim a uma mulher chamada Sebastiana, que morreu um ano antes. A confusão começou a ser desvendada quando a família analisou os recibos do sepultamento e percebeu uma incoerência: um dos documentos apontava a chapa 41 da quadra 31, enquanto outro indicava a chapa 45 da mesma quadra.

Com a dúvida e a dor crescendo, a família recorreu à Justiça, que autorizou a exumação dos dois jazigos citados. O resultado foi ainda mais angustiante: em vez de Carlos, havia restos mortais de duas mulheres.

Segundo Arnaldo Yegros, funcionário do cemitério, a confusão pode ter começado por um erro do pedreiro que construiu o túmulo de Sebastiana. “Ele deve ter anotado errado e construiu no lugar errado”, explicou.

O problema escancara a precariedade na gestão dos registros do cemitério, que ainda são manuais, feitos em cadernos desde 1977. Não há cópias digitais, nem um sistema informatizado. “O cemitério é antigo, de 1930. As anotações são feitas à mão”, completou Arnaldo.

Enquanto isso, a dor da incerteza corrói os familiares. “A gente chega lá e se depara com outra pessoa no lugar. É um descaso com o ser humano. Queremos justiça”, desabafa Patrícia Eduarda da Silva, filha de Carlos.

O advogado da família, Vittor Gabriel Gomes Corrêa, afirma que ainda não houve contato por parte da administração ou representantes legais do cemitério. “É uma situação delicada, sem uma lei específica. Estamos nos baseando em danos morais e materiais”, explicou.

Agora, a família aguarda nova autorização judicial para exumar outro túmulo, onde há indícios de que Carlos possa ter sido realmente sepultado.

 

Em nota, a Emdurb, responsável pelo cemitério, informou que está prestando apoio às famílias “dentro dos limites legais” e que estuda a melhor forma de modernizar os registros para evitar novos transtornos. A Prefeitura de Marília também prometeu revisar o método atual e implantar um sistema informatizado em breve.

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