O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, com um discurso que buscou colocar o Brasil como protagonista em pautas globais urgentes. Da defesa da democracia à preservação ambiental, Lula adotou um tom firme, cobrando responsabilidade da comunidade internacional e apresentando resultados obtidos pelo país nos últimos dois anos.
Defesa da democracia
Lula destacou que o Brasil viveu recentemente ataques graves ao Estado Democrático de Direito. Sem citar diretamente Jair Bolsonaro, lembrou que, pela primeira vez na história, um ex-presidente foi condenado por atentar contra a democracia. Para ele, não há pacificação sem responsabilização, e a justiça é parte essencial da reconstrução institucional.
Guerras e crises humanitárias
O presidente criticou a escalada de conflitos em Gaza, Ucrânia, Irã, Síria e Líbano, denunciando o uso da fome como arma de guerra. Ele defendeu que a comunidade internacional reduza gastos militares e direcione recursos para ações humanitárias, educação e desenvolvimento sustentável.
Regulação da internet
Outro ponto central do discurso foi a defesa de uma regulação global para o ambiente digital. Segundo Lula, a internet não pode ser “terra sem lei”, e é urgente estabelecer mecanismos que coíbam crimes e desinformação, preservando ao mesmo tempo a liberdade de expressão.
Compromisso ambiental
Lula apresentou números sobre a Amazônia, destacando que o Brasil conseguiu reduzir em 50% o desmatamento em dois anos. Reforçou que o país assumirá novas metas de redução de emissões de carbono e anunciou o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, buscando apoio internacional para a preservação da maior floresta tropical do planeta.
Homenagens
O presidente também prestou tributo a duas figuras reconhecidas mundialmente: o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica e o Papa Francisco, exaltando suas trajetórias de humildade, solidariedade e compromisso com a justiça social.
O discurso foi considerado um dos mais contundentes de Lula em fóruns internacionais, consolidando a imagem do Brasil como ator central nos debates sobre democracia, paz e sustentabilidade.