Alerta: remédios para emagrecimento podem reduzir eficácia de anticoncepcionais
Por RÁDIO MELHOR FM
Publicado em 19/06/2025 13:33
Saúde

Medicamentos populares para perda de peso, como Wegovy (semaglutida) e Mounjaro (tirzepatida), estão sob alerta de autoridades de saúde devido ao aumento de casos de gravidez não planejada entre mulheres em idade fértil que utilizam essas substâncias — especialmente aquelas que fazem uso do Ozempic (versão da semaglutida usada para diabetes).

O órgão regulador de medicamentos do Reino Unido emitiu um comunicado após mais de 40 relatos de gravidez inesperada entre usuárias desses remédios. A preocupação é com a possível interferência na eficácia dos anticoncepcionais orais, especialmente as pílulas.

Como esses medicamentos afetam os anticoncepcionais?

Tanto a semaglutida quanto a tirzepatida agem imitando hormônios naturais do corpo, retardando o esvaziamento do estômago. Esse processo, embora ajude na perda de peso, pode reduzir a absorção de medicamentos orais, como as pílulas anticoncepcionais.

Estudos mostram que a tirzepatida pode reduzir em até 20% a presença de etinilestradiol (componente da pílula) no sangue, além de aumentar o tempo de absorção em até 4 horas, o que compromete a eficácia do anticoncepcional. Efeitos colaterais como vômitos e diarreia também interferem na absorção dos hormônios da pílula.

Aumento da fertilidade?

Especialistas ainda apontam que o emagrecimento promovido por essas medicações pode aumentar a fertilidade em mulheres que sofrem de distúrbios hormonais, como a síndrome dos ovários policísticos, aumentando ainda mais o risco de gravidez.

O que recomendam os médicos?

  • Anticoncepcionais não orais, como DIU, implantes, injeções ou preservativos, são alternativas seguras e recomendadas durante o uso de semaglutida ou tirzepatida.

  • Anticoncepcionais orais devem ser evitados por até 4 semanas após o fim do tratamento com esses remédios.

  • Mulheres que engravidarem durante o uso dessas substâncias devem procurar orientação médica imediatamente.

 

Especialistas pedem que as pacientes sejam alertadas sobre os riscos antes de iniciar o uso dessas medicações e orientam uma conversa com o médico para definir métodos contraceptivos mais adequados durante o tratamento.

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