Um golpe com requintes de intimidação e chantagem abalou um morador de Ourinhos na noite desta quarta-feira (25). Fingindo pertencer a uma organização criminosa ligada à exploração sexual, estelionatários arrancaram R$ 8 mil da vítima, que procurou a Polícia Civil após viver momentos de pânico.
O início da armadilha foi uma ligação inesperada, feita de um número com DDD 14. Do outro lado da linha, um homem com voz firme se apresentou como “agenciador de garotas de programa” e acusou o morador de ter agendado encontros e não comparecido, causando “prejuízos” às mulheres.
A conversa, que já começou com tom acusatório, rapidamente evoluiu para ameaças. Via WhatsApp, os criminosos passaram a enviar informações pessoais do homem — como nome completo e endereço — e até um vídeo de visualização única, exibindo uma arma de fogo. O recado era claro: pagar ou sofrer as consequências.
A vítima, temendo pela própria segurança e de sua família, cedeu. Realizou dois pagamentos via PIX, um de R$ 750 e outro de R$ 2.250, totalizando R$ 3 mil, transferidos para um CPF feminino associado ao banco PicPay. Mas o terror psicológico estava longe do fim.
Minutos depois, novo contato. Dessa vez, os golpistas afirmaram que o "Padrinho" da suposta facção estava a caminho da casa da vítima, e exigiram mais R$ 5 mil, supostamente para “cobrir os custos da missão”. A quantia foi paga sem que o homem tivesse tempo para pensar duas vezes.
Em uma última tentativa de extorsão, os estelionatários informaram que o tal “Padrinho” havia sido preso e pediram R$ 12.800 para contratar um advogado. A vítima, já sem recursos, explicou que não conseguiria arcar com o valor. O grupo então reduziu a cobrança para R$ 3 mil — que desta vez não foi paga.
Com um prejuízo final de R$ 8 mil e em estado de choque, o morador procurou a Polícia Civil e apresentou provas: prints das conversas, dados dos depósitos e informações que podem ajudar na identificação dos envolvidos. A investigação já está em andamento.
O caso serve de alerta: criminosos têm usado estratégias cada vez mais sofisticadas para aplicar golpes emocionais, se aproveitando de dados pessoais e do medo. A orientação das autoridades é clara — nunca efetuar transferências mediante ameaças. Em situações assim, interrompa o contato e procure imediatamente a polícia.
